sexta-feira, 23 de dezembro de 2011


 

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Centro de Educação Superior a Distância

RELATÓRIO DA VISITA TÉCNICA À SÃO CRISTOVÃO/SE
Tema geral: São Cristóvão: núcleo de povoamento necessário ao avanço das fronteiras da cristandade e à colonização do território sergipano.
Professor Dr. da Disciplina Historia de Sergipe I: ANTÔNIO LINDVALDO SOUSA
Tutores Orientadores dos Polos a Distância: Andreza Silva Mattos; Diogo Francisco; Josivânia Fonseva; Mateus Neto; e Wendel dos Santos.
Aluno: Manoel Paulo da Silva Santos – Pólo N. S. DAS DORES

SÃO CRISTÓVÃO: VALORIZANDO A PRIMEIRA E VERDADEIRA CAPITAL DA CULTURA SERGIPANA.    

Imagem 1 – Praça São Francisco no município de São Cristovão. Tombada com Patrimônio da Humanidade. Fonte: Blog de Thiago Fragata, retirado na data: 19/12/11.

A excursão intitulada “São Cristóvão: Núcleo de Povoamento necessário ao Avanço das Fronteiras da Cristandade e a Colonização do Território Sergipano” teve como subsidio proporcionar aos interessados uma maior compreensão da história e colonização de Sergipe. O objetivo principal, é a busca pelo conhecimento e também um maior intercambio cultural pela valorização do passado e seus primeiros moradores, e a mistificação cultural existente entre índios, colonizadores e jesuítas. Sabe-se que a esses diferentes povos tinham culturas (modos de saber e fazer) diversificadas, esse choque entre diferentes povos, causam consequentemente, a descaracterização da mesma, ou seja, a desvalorização da cultura indígena que era predominante em Sergipe.
No dia 18 de dezembro de 2011, na Praça São Francisco, pontualmente às 9h, deu inicio a uma pequena apresentação de objetivos e detalhamento das atividades a serem realizada no decorrer da visita. Esse encontro contou com a participação dos discentes do curso de história EAD da Universidade Federal de Sergipe – UFS, sobre coordenação do Professor Dr. Antônio Lindvaldo Souza, docente da disciplina história de Sergipe I na mesma instituição, e também contamos com a orientação dos tutores dos polos a distáncia.

 
Imagens 2 e 3 – Momento de apresentação do professor, tutores e alunos. Interação de conhecimentos. Fonte: Grupo de Estudo Historia de Sergipe I – UFS/CESAD DEZ, 2011. 

Imagens 4 e 5 – Interação dos alunos e dinâmica de grupo. Fonte: Grupo de Estudo Historia de Sergipe I – UFS/CESAD DEZ, 2011.
Depois do detalhamento das atividades, partimos em direção ao Museu Histórico de Sergipe, onde fora realizada uma aula presencial com o professor Dr. Antônio Lindvaldo, buscando um maior aprofundamento das questões dos modos de ser indígena, sua cultura e seus rituais – mostrando a importância de valorização dos primeiros habitantes de Sergipe, ou seja, como o próprio professor Lindvaldo mencionou “o inicio de tudo, a cultura indígena”. Para compreender a cultura dos primeiros habitantes precisa-se de fontes documentais.

Imagem 6: aula presencial do professor no Museu Historico de Sergipe. Fonte: Grupo de Estudo Historia de Sergipe I – UFS/CESAD DEZ, 2011. 
Conforme Dantas (1991), a questão das fontes é fundamental para que se possam reconstituir os processos sociais, culturais e históricos vividos pelos índios. Nota-se que os colonizadores generalizavam as tribos como só existissem os Tupinambás, os que não fossem como era o caso dos Tapuias, povos bárbaros, sem cultura, sem civilização. Deixa claro, que infelizmente não se tem uma documentação que relate a visão das próprias tribos indígenas. O que se encontra é uma olhar bipolar, onde quem retrata os índios são os colonizadores.
A primeira experiência de colonização incidiu em 1575, com os jesuítas, que encontraram forte resistência das tribos indígenas. Com a apropriação dos colonizadores e o papel do dos jesuítas para o processo religioso do catolicismo, tendo destaque nesta ação o Gaspar Lourenço, que tinha com principio básico a catequização dos índios, descaracterizando seus saberes e costumes e impondo os saberes da igreja católica.   
A conquista determinante aconteceu em 1590, com violentos combates pela posse da terra, procedendo na dominação dos primeiros habitantes, por parte das tropas portuguesas comandadas por Cristóvão de Barros. Por ordem da Coroa portuguesa, Cristóvão de Barros fundou o Arraial de São Cristóvão, sede da capitania, à qual deu o nome de Sergipe Del Rey.
Com o acelerado processo de povoamento de Sergipe, inicia-se a criação de gado e o plantio de cana-de-açúcar. O gado serviu de base para a economia, mas foi superado pela cana-de-açúcar, cultivada principalmente no Vale do Cotinguiba. O cultivo da cana trouxe os primeiros escravos da África para trabalhar na lavoura.
Conforme Sousa (2007), No dia 8 de julho de 1820, pelo meio do decreto de Dom João VI, Sergipe é emancipado da Bahia, sendo elevado à categoria de Província do Império do Brasil e São Cristóvão torna-se, então, a capital. No final no século XVIII, os senhores de engenho lideram um movimento com o objetivo de transferir a capital para outra região, onde houvesse um porto capaz de receber embarcações de maior porte para facilitar o escoamento da produção açucareira, principal fonte da economia na época (SOUSA, 2007).
Ao concluir a palestra o professor Lindvaldo, nos mostrar a relação e o nível de importância dos rituais dos santos, transmitindo a ligação entre a igreja, seu poder de colonização e dominação, conectando os cultos católicos e a caracterização dos santos representante da religião cristão.
Logo após a aula didática, fomos almoçar e retornamos as 13:30h para a segunda etapa de estudos e aprimoramento dos nossos conhecimentos. Visitamos os atrativos históricos e as belezas arquitetônicas do período colonial. Conhecemos as igrejas e praças, grandes representantes da dominação jesuíta e o poder da igreja católica do período colonial. Igrejas com características imagináveis, verdadeiras riquezas das artes barrocas. Com monumentos históricos e museus onde nos transporta ao uma conexão com o passado e as artes sacras. Valorizando a primeira e verdadeira capital da cultura sergipana.   Vejamos mais detalhamento os momentos acima mencionados.
- Igreja e Praça São Francisco  
O convento de Santa Cruz também é conhecido como São Francisco. O terreno onde se encontra o convento de Santa Cruz foi doado pelo Sargento-mor Bernardo Correa Leitão através de escritura emitida em 1659. A pedra fundamental para o convento só foi lançada em 1693. O capital investido na construção foi conseguido através de esmolas recolhidas entre a população da cidade. Atualmente, o convento abriga o Museu da Arte Sacra.
A praça representa um monumento cultura e nos transportar para uma incrível viagem pela historia não só de Sergipe, mas também pela brasileiro um misto de tradição e de religiosidade do seu povo. Foi construído no período conhecido como União Ibérica, quando Portugal e Espanha estiveram unidos sob uma mesma coroa, entre os anos de 1580 e 1640.  
- Museu da arte Sacra
Foi criado em 14 de abril 1974, com a função de preservar o patrimônio sacro de Sergipe. Possui acervo de mais de 500 pecas, entre os séculos XVII e XX. Está entre os três museus mais importantes do Brasil em gênero e numero de peças de arte sacra. No interior encontra-se uma capela do XVIII.
- Museu Histórico de Sergipe
Instalado no antigo Palácio Provincial, data do século XIX. Possui elementos de decoração neoclássica, com frontão curvo e símbolo do império ao centro. É um museu eminentemente eclético, sendo que a maioria das peças está ligada à fase do Brasil Império, tendo grande valor para a historiografia sergipana.

CONCLUSÃO
Conclui-se que este relatório foi fruto das ações sócio/educativas e voltado pra uma maior compreensão dos verdadeiros acontecimentos e fatos históricos da cultura Sergipana, seu povo, sua raça, sua origem, os primeiros moradores, seus costumes e saberes (tradições, rituais), seu núcleo de povoamento, as colonizações jesuítas, e as conquista de terras, a criação de bovinos e a guerra propriamente dita, deixando de lado o modo de catequizar os índios e partindo pra luta armada com o objetivo de avançar e conquistar o território que hoje, chamamos de Sergipe.
Por fim, concluo e deixo claro, a grande importância desta visita técnica e principalmente deste contato entre alunos, professor e tutores, uma verdadeira riqueza de ensinamento e valorização dos estudos sobre a história propriamente dita do nosso estado, o melhor da nossa Sergipanidade, rituais este que aproximam os estudos e ações futuras pra um envolvimento com a cultura e a historia local.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

HOLANDA, S. B.de. O Semeador e o Ladrilhador. In: Raízes do Brasil. Pag. 26. Ed. São Paulo: Cia. das Letras, 1995.
RAMINELLI, R. Simbolismo do espaço urbano colonial. In: NUMES, M..T. Sergipe Colonial I. ed. São Cristóvão: Ed. da UFS/ Aracaju: Fundação Ovieldo Teixeira, 2006. 
SOUSA, A. L. Temas de historia de Sergipe I. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe, CESAD, 2007.